segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A Jornada de Samuel Oak: Capitulo 1 - "A Caçada" (Parte 12)



A casa de Peter, era um verdadeiro posto de vigilância, uma cabana suspensa por altos troncos de madeira, e acima da cabana havia ainda um pequeno comodo, suspendido também por toras de madeira, onde as únicas maneiras de se subir eram por escadas de cordas, descidas pelo próprio Peter.

Ou seja dificilmente alguém entraria ali, sem o consenso dele ou do Ceifador.

Ao chegarmos no topo, a porta se encontrava aberta, mais adiante estava Peter sentado em sua poltrona.

- Entrem! Nos acenou com a mão.

- É sempre bom receber visitas para variar um pouco.

Um pouco antes de entrarmos, um pequeno fecho de luz nos ofuscou por um breve momento.

Em busca do que havia gerado tal desconforto, meus olhos se encontraram com uma sombra mais acima, dentro da pequena cabana de vigília.

Era o Ceifador, usando suas lâminas para passar uma mensagem, de que estaria ali atento a qualquer movimento suspeito, o tempo todo.

Recebido a mensagem, adentramos a cabana.

A cabana de Peter, era algo completamente o oposto do que qualquer um pensaria de uma cabana de alguém que trabalha arduamente para manter a paz e o respeito ao redor do Riacho da Paz.

Sua cabana era repleta de armas, construídas e confeccionadas com os materiais mais raros e distintos daquelas terras, todas penduradas e expostas nas paredes, desde pequenas, como facas e punhais, até grandes arcos e longas espadas de duas mãos, um verdadeiro arsenal, pronto para se impor a qualquer situação ou desafio a ele imposto, isso é claro, que só teria valor nas mãos certas, que era bem obvio que era o caso de Peter.

Mas vendo tudo isso, me lembrei de algo a mais que meu pai lhe havia me contado, que Peter virá da maior linhagem de caçadores que já haviam pisado naquelas terras.

- Então, a que devo a visita de vocês?

- Vim para lhe pedir algo, como havia dito que queria ter uma conversa comigo depois com mais tempo, acreditei que seria bem - vindo se aparecesse. Disse o meu pai.  

Meu pai então, contou tudo sobre nossa perseguição cautelosa pela floresta.

- Resumindo, quero me aventurar fazendo o contorno pelo paredão rochoso, mas como não contava com tal imprevisto, estou aqui para lhe pedir alguns cantis a mais de água.

No instante que ele disse isso, me encontrei pensativo, pois mais cedo na floresta, pelo que havia dito, pareceu não ser uma opção que ele iria seguir, mas não me manifestei, continuei participando só como ouvinte.

Peter balançou levemente a cabeça em um tom de compreensão e reflexão ao mesmo tempo.

- Entendo. Não vejo problema algum em ajuda-lo nisso.

-Mas em troca, quero saber o conteúdo da carta que Rose me pediu pra lhe entregar, é claro, somente se não for inteiramente pessoal, algo que duvido muito, pois nós dois a conhecemos muito bem John.

Ao ouvir o nome de Rose, meu pai entrou em um rápido e curto estado de choque, na qual balançou a cabeça e retornou de seus pensamentos internos.

Não posso esconder que fiquei inteiramente intrigado com a carta, e é claro um pouco emocionado, minha mãe havia sido uma figura muito querida, ao que percebi, para todos que se encontravam na cabana.

Meu pai consentiu com a cabeça.

- Tudo bem Peter, só pelo fato de não ter violado a carta e aguardado para que eu tivesse esse momento, você já ganha o respeito suficiente para saber do conteúdo da carta.

Peter foi então, ao que eu acreditava ser sua cozinha, e pegou 3 cantis de água.

- Aqui estão eles.

- Há algum problema dele participar...

Ele então desviou seu olhar para mim.

- De forma alguma, ele inclusive pode nos ajudar.

Ele respondeu com um sorriso no rosto.

Escutamos o esfregar de lâminas repetidas vezes, vindo do lado de fora.

Peter rapidamente entregou os cantis ao meu pai.

- John, Ceifador precisa de minha ajuda.

Ele consentiu com a cabeça.

- Você se importa de continuar sua jornada ao amanhecer?

- Já noiteceu, era nossa intenção desde já.

- Se não se importar em repousar aqui, ao meu retorno podemos continuar de onde paramos.

John concordou rapidamente.

Peter saiu apressado, carregando um suas costas um grande arco e uma aljava repleta de flechas, que se encontrava perto da porta.

Ele se virou antes de sair.

- As coisas para se acomo...

Meu pai o interrompeu.

- Vá! Nós nos viramos.

Peter consentiu com a cabeça com um rosto de seriedade.

E da cabana deu um grande salto, assoprando seu apito, uma rápida e veloz sombra o pegou, desaparecendo ambos na escuridão.









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